Julgamento foi adiado pela 3ª vez após manobra da defesa do ex-vice-presidente do Atlético Goianiense, acusado de matar jornalista em 2012
Os advogados de um dos acusados de matar o jornalista esportivo Valério Luiz abandonaram o plenário onde acontecia o júri do homicídio, na manhã desta segunda-feira (2/ 5), depois do juiz não aceitar os argumentos da defesa para adiar o julgamento.
Valério foi assassinado a tiros em 5 julho de 2012, quando saía do prédio da rádio em que trabalhava, em Goiânia. Segundo as investigações, ele foi morto a mando de Maurício Sampaio, cartorário e então vice-presidente do Atlético Goianiense. Outros quatro são réus pelo homicídio.
A motivação do crime seria a constante crítica que Valério Luiz fazia à diretoria do clube de futebol.
É a terceira vez que o júri é adiado. Primeiro houve o adiamento por conta da pandemia da Covid-19. O segundo adiamento ocorreu depois que um advogado anunciou a desistência da defesa no momento do júri.
Assistente de acusação de filho do jornalista assassinado, Valério Luiz Filho pediu que o caso seja encaminhado para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que a conduta da defesa seja investigada. Ele lamentou o adiamento nas redes sociais.
Terceiro adiamento
Durante o júri desta segunda, os advogados do acusado Maurício Sampaio pediram o adiamento do julgamento porque consideram que o juiz Lourival Machado não é imparcial e que outro tribunal deveria fazer o julgamento.
O juiz não aceitou o pedido e argumentou que os recursos da defesa já tinham sido julgados e que não era o momento para o pedido. O Ministério Público defendeu que caso os advogados abandonem o réu, que a Defensoria Pública assuma o caso.
Então, os advogados de Maurício Sampaio deixaram o plenário. O juiz determinou que eles paguem uma multa de cem salários mínimos (a conta vale para o conjunto, não é individual).
O crime
Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, Maurício Sampaio decidiu matar Valério Luiz por causa de denúncias que ele fazia sobre o Atlético Goianiense. Também são réus pelo homicídio: o funcionário de Sampaio, Urbano de Carvalho Malta; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier; os policiais militares Ademá Figueiredo e Djalma da Silva.
Sampaio foi o mandante do crime, segundo as investigações. Já o funcionário de Sampaio, Urbano, teria auxiliado na contratação de outras pessoas para executar o crime. Ele inclusive teria monitorado os últimos passos do jornalista e estava morando em uma casa de Sampaio, próximo da rádio em que a vítima trabalhava.
O açougueiro Marcus é acusado de ter emprestado a moto e capacete para o cometimento do crime, além de guardar a arma. O PM Ademá é acusado de executar o jornalista, usando a motocicleta. Já o policial Djalma é acusado de tentar atrapalhar as investigações.
A defesa de Sampaio alegou que não quer atrapalhar o júri, mas sim o cumprimento da legalidade. Segundo os advogados, o juiz já teria feito declarações contra o jornalista e teria julgado outro processo contra Sampaio. A reportagem tenta entrar em contato com a defesa dos outros acusados.
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Fonte: g1 Goiás.
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