Mesmo com Covid descontrolada, GO quer receber jogos; exigências: partidas sem público, vacina aos envolvidos e uso de bolha de isolamento
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), confirmou, na noite desta terça-feira (1º/6), por meio de suas redes sociais, que o estado está disposto a receber jogos da Copa América. De início, as partidas aconteceriam no Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, no centro da capital.
Seu aliado próximo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), já tinha anunciado mais cedo Goiás entre os locais que receberiam os jogos diante da negativa da maioria das unidades da Federação devido à epidemia. Antes disso, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, havia se pronunciado a favor de receber jogos na capital federal, desde que adotadas medidas sanitárias.
A polêmica da realização ou não da Copa América ganhou corpo nos últimos dias, depois que a Argentina, que seria o país-sede, se recusou a realizar os jogos neste ano. Depois disso, a Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) passou a buscar outros locais. Ela ouviu negativas de diversos países antes que o Brasil entrasse no circuito, oferecendo-se para sediar os jogos, em uma articulação entre o governo federal e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Caiado faz eco ao discurso de Bolsonaro. E isso em um quadro de pandemia ainda fora de controle e de vacinação avançando lentamente em todo o país. Goiás, por exemplo, passou a vivenciar nos últimos dias um novo aumento significativo da taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) destinadas à Covid-19. O número de casos e de mortes segue alto.
Ainda assim, o governador considera que o estado tem condições de receber jogos da competição esportiva. Ele confirmou a posição em vários posts seguidos no Twitter, nos quais explica a aceitação, mas com condicionantes a serem cumpridas pelos organizadores, segundo ele.
Exigências
De acordo com Ronaldo Caiado, o estado de Goiás foi consultado sobre a disponibilidade para receber jogos da Copa América. “Conversamos com nossa equipe técnica e determinei uma série de condições para que os jogos fossem em Goiânia”, postou.
Em seguida, listou as exigências:
“1) A primeira delas foi que todas as partidas e treinos não contassem com torcida.”
“2) E que fosse montado um sistema estilo bolha, que protegesse atletas, arbitragem, comissão técnica, imprensa e todos os envolvidos direta e indiretamente com o processo. O que foi aceito.”
“3) Que a Conmebol vacinasse todos os envolvidos na competição. Atletas, arbitragem, comissão técnica, imprensa e funcionários envolvidos direta e indiretamente. Aceitaram.”
“4) Além disso, não aceitamos gastar um centavo com a competição. Qualquer investimento de infraestrutura será por conta deles. Inicialmente, os jogos serão no Estádio Olímpico, sem público. E o Serra Dourada vai servir de suporte.”
“5) Não podemos politizar esse assunto de Copa América. Porque estamos tendo Campeonato Brasileiro, Sul-Americana, Libertadores e Eliminatórias. Tivemos estaduais. Qual a diferença se protocolos até mais rígidos de segurança serão tomados? É preciso pensar na saúde e ter coerência.”
Prefeito a favor
Um pouco mais cedo, o prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos), também se manifestou a respeito do caso. Ele disse que recebeu ligação do governador Ronaldo Caiado, nesta terça-feira (1º/6), para consultá-lo sobre a realização da Copa América em Goiás.
De acordo com nota encaminhada pela assessoria à imprensa, o prefeito lembrou que os estádios da capital são geridos pelo estado e que, “estabelecidos protocolos sanitários seguros, é favorável à realização do torneio, assim como ocorreram partidas dos campeonatos nacionais da Série A e B, Copa Sul-Americana e Copa do Brasil em Goiânia”.
Números
De acordo com dados do painel da Secretaria de Estado da Saúde, os números da Covid-19 em Goiás seguem longe de serem considerados positivos ou tranquilizadores. O estado já tem 613.917 casos da doença confirmados. Ainda seguem em investigação 463.315. Ao todo, já são 17.167 vidas perdidas para a doença. Há 353 mortes sendo investigadas.
Quanto à vacinação, o avanço é lento. Conforme a SES, 2.251.930 imunizantes foram distribuídos aos municípios goianos. 1.453.565 pessoas foram vacinadas com a primeira dose (20,71% da população). Enquanto isso, 650.227 pessoas receberam a segunda dose (9,26%).
Por: Portal Forte News**Com informações do metropoles
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