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Jovem morta em cirurgia plástica teve parada cardíaca e equipe tentou reanimá-la por 3 horas


Dayana Loy, de 25 anos, morreu durante uma cirurgia de lipoaspiração, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Em um documento enviado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o médico responsável pela cirurgia plástica de Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, disse que a jovem morreu após ter uma parada cardíaca durante o procedimento, em Goiânia. Bruno Granieri detalhou que a equipe médica tentou reanimar Dayana por 3 horas, sem parar.


Ao g1, a defesa do cirurgião plástico lamentou a morte da paciente e afirmou que “foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito” (veja a nota completa ao final da reportagem).


O documento descreve que Dayana começou a passar mal quando o médico iniciou o fechamento dos orifícios da lipoaspiração. Com o médico, estavam dois anestesistas e um intensivista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A equipe levantou a hipótese de um suposto tromboembolismo pulmonar, mas a causa da morte só será confirmada após o laudo oficial.


Dayana deu entrada no centro cirúrgico para fazer lipoaspiração e aumento de mamas. Em nota à TV Anhanguera, o hospital lamentou o que ocorreu com a jovem e disse que toda equipe está sensibilizada, porque todos trabalham para salvar vidas e realizar sonhos. Disse também que investiga as causas da morte e estão abertos para qualquer questionamento (veja a nota completa ao final da reportagem).


Quem foi Dayana

“Dedicada e independente” foram adjetivos usados pelo empresário Gilberto Martins, para descrever Dayana Loy de Oliveira Freire. Ao g1, Gilberto contou que a jovem era tabeliã substituta concursada e colecionava conquistas.


“Uma menina que enfrentou o mundo sozinha, trabalhando, crescendo... E com 25 anos acabou dessa forma. Ela tinha as coisas dela, conquistou sem ninguém”, relembrou.

Gilberto contou que Dayana ajudou a cuidar da avó acamada por cerca de 11 anos e, aos 16, começou a trabalhar. Formada em direito, a jovem foi aprovada para trabalhar no cartório, mas sonhava também em outros cargos.


“Ela estava preparada para concursos de promotor, juiz e polícia, ela enfrentava qualquer concurso, era uma menina muito dedicada”, disse.


Pressão estética

Ao g1, Gilberto desabafou que a jovem sempre lutou pelo que sonhava, juntou dinheiro e decidiu fazer a cirurgia.


“É uma pressão da sociedade: ‘Ah, tem que ter cintura mais fininha’, e aí a moçada vai. Comentaram em uma reportagem dela que a doença do momento é fazer procedimentos estéticos, quantos e quantos casos vemos de pessoas morrendo em procedimentos”, disse.


Cirurgia

Dayana saiu da cidade de Itaberaí para fazer uma lipoaspiração em Goiânia, mas teve complicações durante a cirurgia. A família explicações do cirurgião plástico, Bruno Granieri. Por enquanto, a Polícia Civil investiga o caso como morte acidental.


Dayana veio até a capital para realizar o sonho de fazer uma cirurgia plástica. De acordo com familiares, ela deu entrada no Hospital Jacob Facuri na terça-feira (12). Foi anestesiada, mas durante a cirurgia, teve uma parada cardiorrespiratória.


“O médico foi ao apartamento avisar a mãe que a Dayana tinha subido para a UTI. Isso não acontece com frequência. Eles tentaram reanimar ela por 3 horas”, afirmou Gilberto Martins.


Após a morte, a família registrou um boletim de ocorrência para que o caso fosse apurado. “Vamos aguardar o resultado dos exames para que tenhamos uma decisão jurídica, mas temos diversas informações de casos parecidos, que o mesmo médico fez o procedimento e o paciente veio a óbito”, lamenta Gilberto.


Quanto a isso, a defesa do médico disse que “todos os fatos estão sendo apurados pela justiça”, mas que tem certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional em nenhum caso.


Enfatizou ainda que “a medicina não é uma ciência exata, e que complicações e intercorrências podem ocorrer em qualquer área, independente da maestria do profissional assistente”.


Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse somente que “todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico”.


Investigação

O delegado responsável pelo caso, Paulo Ribeiro, informou que ainda não sabe detalhes de quais foram as complicações que a jovem teve durante a cirurgia. Isso porque, segundo ele, o registro de ocorrência foi ‘sucinto’.


“Só após o Laudo Cadavérico e análise dos exames pré operatórios e prontuário da vítima que podemos aferir se houve ou não erro médico. Os familiares também serão intimados para prestarem esclarecimentos sobre o fato”, informou.


A Polícia Técnico Científica disse que o corpo da jovem foi liberado para a retirada da família na manhã de quinta-feira (14).


Família devastada

O primo de Dayana afirma que a família está muito abalada com a morte precoce da jovem. O familiar afirma que, além da morte, a maior revolta é com relação à falta de assistência do médico à família e, principalmente, a suspeita de que outras pacientes morreram da mesma forma e nada tenha sido feito.


“Eles não deram nem um copo de água para a mãe dela. Como pode o Conselho de Medicina saber que esse médico tem casos parecidos e não fazer nada”, lamenta.

Íntegra nota da defesa Bruno Granieri

O médico, cirurgião plástico, vem através de sua advogada Luciana Castro, OAB/GO 20872, manifestar-se sobre o óbito de sua paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, ocorrida ontem, 13/09/2023 bem como a acusações de erro médico cometido em outras pacientes.


Acima de tudo, o médico ora acusado lamenta profundamente a perda de sua paciente, e está à disposição da família para maiores esclarecimentos. Quanto aos fatos, informamos que, em razão do dever de sigilo, o médico não poderá fornecer detalhes técnicos sobre o caso, sob pena de infringir disposições do Código de Ética Médica bem como do Código Penal Brasileiro.


Temos o dever de esclarecer, todavia, que a paciente apresentou intercorrência durante o procedimento, sendo que imediatamente foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito.


Informamos que por decisão da família da paciente, esta foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para apuração. Estaremos à disposição, acompanharemos e prestaremos todas as informações pertinentes ao caso, estamos a disposição.



O médico acusado tem plena convicção de seus atos, e que nada foi realizado fora da técnica médica indicada para o caso.


Reiteramos que lamentamos o ocorrido e nos consternamos com a dor enfrentada pela família da paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, e esperamos a apuração dos fatos que levaram a seu óbito de forma tão prematura.


Quanto as acusações de "erro médico" (falando deste caso e de quaisquer outros) informamos que todos os fatos estão sendo apurados pela justiça, mas temos a certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional a qualquer tempo.


Devemos aqui ressaltar que a medicina não é uma ciência exata, e que complicações e intercorrências podem ocorrer em qualquer área, independente da maestria do profissional assistente, e que as pacientes são devidamente esclarecidas sobre os riscos, assinam termo de consentimento e entendem todas as possibilidades do tratamento indicado.


Nota íntegra Hospital Jacob Facuri

O Hospital Jacob Facuri, em primeiro lugar e acima de tudo, presta sinceras condolências à família. Toda a equipe está extremamente sensibilizada, principalmente porque trabalhamos diariamente para salvar vidas e realizar sonhos.


Também deixamos claro que estamos investigando todas as possíveis causas e abertos para quaisquer questionamentos.


A direção do Hospital Jacob Facuri, lamenta o ocorrido e reitera a disponibilidade para quaisquer esclarecimentos.

Fonte: g1 Goiás..



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