Delegada disse que biomédico se apresentou como falso médico à cliente e contou com a ajuda de um estudante de medicina para fazer a intervenção em clínica clandestina. Ronilza Johnson mora na Inglaterra e viajou ao Brasil para visitar o pai.
Uma mulher de 46 anos está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após fazer um procedimento estético para aumentar o bumbum em uma clínica clandestina de Anápolis, segundo a família. A Polícia Civil disse que o biomédico responsável pela intervenção se apresentou para Ronilza Johnson como médico e contou com a ajuda de um estudante de medicina para fazer a intervenção.
"Ela está em cuidado intensivo e não está comendo. A infecção piorou. Ela não consegue respirar propriamente e o oxigênio está baixo", contou a filha, Amberly Johnson. A mulher está internada desde 31 de março no Hospital Municipal de Anápolis (Huana). A unidade de saúde informou que o estado da paciente é grave, mas estável. Ronilza mora na Inglaterra com a família e viajou para Anápolis para visitar o pai, assim como faz todos os anos. Desta vez, ela decidiu fazer o procedimento por indicação de amigos. Investigação Segundo a delegada Cynthia Alves Costa, a pessoa que fez o procedimento é o biomédico Lucas Santana, que se apresentou como médico. Segundo ela, ele usou polimetilmetacrilato, mais conhecido como PMMA, para fazer o preenchimento. Apesar de não ser proibido, o uso, porém, não é indicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para este procedimento específico. O produto causou infecções graves no corpo de Ronilza, que depois necrosaram e viraram feridas abertas. Após passar mal e ser levada para o hospital, a mulher denunciou os suspeitos por telefone. "O procedimento foi feito de forma ilegal, o que já foi verificado. Um dos tratamentos, segundo a vítima, foi a aplicação de ácido hialurônico nos glúteos. O outro foi uma rinomodelação. Ela passou mal uma semana depois e vizinhos chamaram uma ambulância", conta a delegada. Orçamento dos procedimentos estéticos feitos pelo biomédico — Foto: Reprodução/Polícia Civil Um documento mostra os serviços que foram feitos, totalizando quase R$ 9 mil. Na folha apreendida pela polícia, está o carimbo de Lucas Santana. A polícia também apontou a participação de Thierry Cardoso, um estudante de medicina na Bolívia.
O G1 entrou em contato com a defesa dos investigados, nesta sexta-feira (30), por telefone, e aguarda retorno. A delegada cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos e na clínica onde atuam, nesta sexta-feira. A polícia também esteve em endereços domiciliares em Leopoldo de Bulhões e em Anápolis. Na casa do estudante, em Leopoldo de Bulhões, foram apreendidos inúmeros medicamentos, inclusive de procedência estrangeira, e receitas médicas em branco. A clínica onde o biomédico trabalhava foi fechada pela Vigilância Sanitária por falta de alvará de funcionamento. No local, foram apreendidos cadernos com anotações e tubos utilizados para coleta e armazenamento de sangue.
Segundo a delegada, não houve prisão neste momento da apuração. Os dois suspeitos podem responder judicialmente por crimes de lesão corporal gravíssima, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. O Conselho Regional de Biomedicina disse, em nota, que o biomédico realizou um procedimento não autorizado pelo Conselho Federal de Biomedicina e que será aberto contra ele processo ético, sem prejuízo da análise de processo criminal pelas autoridades policiais.
A nota diz que Lucas da Silva Santana tem registro profissional e habilitação em estética.
Por: Portal Forte News **Com informações do G1 GO
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