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Bolsonaro não deve passar faixa presidencial a Lula

Na redemocratização será inédito um eleito ao cargo não fazer o rito. Segundo o “Estadão”, plano do futuro ex-presidente é não dar trégua ao petista



Depois de ficar em silêncio por quase 45 horas após ser derrotado nas eleições presidenciais e então fazer um pronunciamento de pouco mais de dois minutos, Jair Bolsonaro (PL) mostrou-se disposto a “partir para a guerra” contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


É o que pode ser depurado de acordo com uma visão sobre seu discurso. No diagnóstico de seus apoiadores, o chefe do Executivo com aviso prévio teria apenas “despistado” os críticos quando disse um “acabou” como verbo de rendição.

Eles podem ter razão. Ao deixar o Planalto, o presidente quer montar uma espécie de “gabinete paralelo” da direita contra Lula, após a virada do ano. A portas fechadas, Bolsonaro confidenciou que não pretende passar a faixa presidencial, deixando a tarefa para o vice, o senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS).


Será algo inédito desde a redemocratização: a última vez que um presidente não passou a faixa a seu sucessor eleito foi em 1985, quando o general João Figueiredo não participou da cerimônia que deveria dar posse a Tancredo Neves, que estava hospitalizado – morreria sem tomar posse. Ele considerava José Sarney, o então vice e que receberia a faixa presidencial, um "fraco" e "puxa-saco", por ter apoiado a ditadura e depois mudar de lado com a oportunidade de participar da chapa oposicionista.


A ideia de Bolsonaro é seguir o mesmo roteiro de seu guru, o ex-presidente Donald Trump, que saiu pela porta dos fundos nos Estados Unidos, sem completar a transição com Joe Biden. Filiado ao PL de Valdemar Costa Neto, o atual ocupante do Planalto almeja ser o principal antagonista de Lula e pavimentar o caminho para 2026, se a Justiça deixar. O Centrão, porém, já começou a desembarcar do governo. “Lula precisará ter muita habilidade para pacificar, senão o Brasil vai pegar fogo”, acredita o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). “Bolsonaro é homem de confronto, mas nós não vamos apoiar uma guerra.”


Às vésperas do segundo turno, Elmar disse ao Estadão que, se o STF considerar inconstitucional o orçamento secreto distribuído pelo Congresso, sofrerá retaliações. “Se tirar o nosso, a gente tira o deles”, avisou. Questionado na tarde desta terça-feira, 1º, o deputado – que é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) –, adotou outro tom. “A hora é de unir o Brasil e as instituições precisam ser respeitadas”, insistiu ele. Ou seja: o Centrão já flerta com Lula.

Fonte: jornalopcao.

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