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Divisão na direita sobre papel de Flávio Bolsonaro na corrida presidencial de 2026

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Levantamento Genial/Quaest divulgado neste domingo (21) mostra que 49% dos brasileiros acreditam que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve levar sua pré-candidatura à Presidência da República até o fim. O dado reforça a percepção de que parte significativa do eleitorado vê o parlamentar como um nome efetivo na sucessão do ex-presidente Jair Bolsonaro no campo conservador.


Por outro lado, a pesquisa aponta que 38% dos entrevistados avaliam que a pré-candidatura tem caráter estratégico e serviria como instrumento de negociação política dentro da direita, seja para consolidar espaço do PL, influenciar alianças ou definir quem liderará o projeto conservador em 2026. Outros 13% não souberam ou preferiram não responder.


O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.


Sucessão de Jair Bolsonaro e reorganização da direita

Flávio Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura em 5 de dezembro, após declarar que foi escolhido pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como seu substituto na disputa presidencial de 2026. O movimento ocorre em um momento de reorganização da direita brasileira, marcada pela indefinição sobre quem herdará o capital político de Bolsonaro diante de seus impedimentos jurídicos e do desgaste natural após o fim do mandato.


Internamente, o anúncio também é visto como uma tentativa de evitar a fragmentação do eleitorado conservador, que hoje se divide entre diferentes lideranças regionais, governadores bem avaliados, parlamentares influentes e nomes ligados ao bolsonarismo raiz.


Discurso de moderação e busca por novos apoios

Em encontros recentes com o setor empresarial, especialmente em São Paulo, Flávio Bolsonaro tem adotado um discurso mais moderado, afirmando ser um “Bolsonaro mais equilibrado”. A estratégia sinaliza uma tentativa de ampliar diálogo com o mercado, o centro político e setores que apoiaram Jair Bolsonaro em 2018, mas se afastaram nos anos seguintes.


Dias antes da divulgação da pesquisa, o senador declarou que sua pré-candidatura é “irreversível”, reforçando a mensagem de que pretende se consolidar como alternativa viável da direita para 2026.


Impacto no tabuleiro político

O resultado da Quaest evidencia um desafio central para a direita brasileira: definir uma liderança capaz de unificar o campo conservador sem perder a base bolsonarista. A presença de Flávio Bolsonaro no cenário mantém a família Bolsonaro como protagonista político, ao mesmo tempo em que pressiona outros possíveis pré-candidatos a se posicionarem.


Nos próximos meses, a evolução dessa pré-candidatura, o desempenho de Flávio em novas pesquisas e sua capacidade de ampliar alianças serão fatores decisivos para entender se a direita caminhará em torno de um nome único ou se entrará em 2026 dividida, o que pode influenciar diretamente o equilíbrio da disputa presidencial.

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