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O que será da internet após a vitória de Juliette Freire no BBB21?

Nos últimos meses a popularidade de Juliette foi mina fácil de cliques e engajamentos. Mas e agora, qual será o próximo assunto do momento?


Juliette é a prova viva de como tudo pode mudar em pouco tempo. Se há cerca de 100 dias ela era apenas a advogada emocionada que dizia querer se casar com Fiuk, agora, ela é a grande vencedora do reality, recheando sua conta bancária com os R$ 1,5 milhão do prêmio e mais alguns “trocados” praticamente garantidos com campanhas publicitárias.

Mas, além da grande vencedora do Big Brother Brasil 21, ela também se tornou um fenômeno, que já deve está sendo caso de estudo para especialistas.


Apesar de nomes como Lucas Penteado, Karol Conká e Sarah — que foram protagonistas do reality em algum momento — terem tido destaque nas redes sociais, a advogada e maquiadora roubou a cena, num piscar de olhos, tornando-se um dos assuntos mais comentados na internet.

Foram inúmeros recordes quebrados, uma massa de seguidores conquistados e a construção de uma torcida tão fiel e apaixonada quanto as de futebol. “Juliette tem uma história de vida muito parecida com uma grande parte da população brasileira, além de ter sido perseguida na casa, o que gera uma revolta em quem se identifica com ela ou com os problemas”, diz a psicóloga Gabriela Costa sobre uma possível explicação para o sucesso da advogada.

Ou quem sabe o trabalho de sua equipe de administradores, que incluiu uma pessoa condenada por criar um site para disseminar fake news nas eleições para a prefeitura de São Paulo em 2012, tenha sido o ponto alto de seu sucesso.

A participante do BBB21, por diversos motivos, virou uma mina de ouro para o mundo das redes sociais, sempre sedento por engajamento, cliques e outras gírias do marketing digital.

De pessoas de meia idade até adolescentes. De pequenos negócios de bairro a grandes empresas. Difícil é encontrar alguém que não tenha aproveitado, de alguma forma, o sucesso da advogada que há pouco tempo era só mais uma das mais de 400 mil pessoas que moram em Campina Grande, Paraíba.


Uma conversa informal com um influenciador digital, que preferiu deixar o papo em off por motivos óbvios (quem, em sã consciência, iria se arriscar a falar algo “contra” a nova namoradinha do Brasil), serviu para deixar o parasitismo das redes sociais mais claro.

Segundo Camila Rocha Beranger, especialista em marketing digital pela Universidade da Califórnia, a explicação para esse fenômeno pode estar no algoritmo, uma espécie de Deus nas redes sociais. “Quanto mais você pesquisa, interage, curte e até o tempo que você passa num post, é contado na métrica, que te entrega o que você costuma consumir de informação, construindo uma espécie de bolha”, explica.

Quem não iria querer entrar na bolha de Juliette, com torcedores fanáticos, e números absurdos nas redes sociais? Parece ter acontecido espécie de efeito manada, comum nas redes sociais, como explica Gabriela: “O anonimato que a internet nos proporciona pode ser um grande aliado nesse efeito manada, devido ao fato de se identificar sem ser julgado e julgar sem ser identificado. As torcidas de reality são um ótimo exemplo para observar isso”, afirma.


Agora, com o fim do BBB21, a internet parece ter ficado órfã de um assunto que rende — ao menos por enquanto. Apesar do relatório Reuters Digital News Report, lançado no ano passado, mostrar que as redes sociais ultrapassaram a TV como fonte de informação de brasileiros, a exposição na telinha ainda parece influenciar o que a internet comenta.

Uma rápida olhada no Google Trends, que mostra as pesquisas mais populares na internet, indica isso. Manu Gavassi, uma das queridinhas do BBB20, ou Felipe Prior, o vilão da edição 2020, eram termos constantemente buscados em meados de março daquele ano, enquanto o reality ainda estava no ar. No entanto, após o término do programa, as buscas caíram.

O futuro, que não pode ser adivinhado, dirá se Juliette continuará sendo o assunto do momento, comentado e explorado quase a exaustão nas redes sociais. O que se pode afirmar agora é que, mesmo que a advogada e maquiadora deixe a internet órfã de um assunto para ser engajado, não é preciso se preocupar.


“Não são mais as celebridades, programas ou canais de comunicação que geram notícia. Existem páginas de fofoca, perfis de Instagram e de YouTube, que ditam o ‘trend‘ da internet, o que vai estar no hype. Eles estão sempre cavando qual será o próximo assunto do momento. Esses perfis acabam se copiando em conteúdo, com uma enxurrada sobre determinado tema, fazendo com que usuários normais de internet sejam impactados com o que está sendo reproduzindo, sendo impossível não participar”, afirma Pedro Valério especialista em marketing digital.


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